terça-feira, 26 de agosto de 2014

PROCURE GERIR









No próximo dia 8, na casa da empresária Paula Lavigne, no Rio, vão se reunir de novo, após um período longe dos holofotes, os diferentes grupos abrigados no para-raios chamado de Procure Saber. O grupo inclui Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, entre outros medalhões. 
Todos os integrantes, com exceção de Roberto Carlos, foram convidados e devem participar.
Oficialmente, a reunião ocorre para que os artistas tracem uma estratégia para atuar na regulamentação da Lei do Ecad. Por seu lado, o Ecad está operando no sentido de conhecer antes o texto da regulamentação e questionar as posições que coincidam com as do Procure Saber.

Fontes do governo informaram a este blog que não há mais espaço para essa disputa. Diferentemente de um Projeto de Lei (PL), que tem que passar pelo Congresso, a regulamentação é um decreto cuja competência é exclusiva do Executivo. O governo considera também que ouviu todas as partes envolvidas num Grupo de Trabalho (GT) montado para discutir a regulamentação.

“Os atores mais relevantes dessa questão, como Ecad, Procure Saber, GAP e usuários como Abert, ABTA e hotéis, foram todos ouvidos. Também fizemos uma consulta pública. A regulamentação está pronta e vai sair em breve”, disse uma fonte.

A regulamentação da lei já se encontra na Casa Civil da Presidência da República. Segundo o governo, não há mais o que incluir ou suprimir.

A Lei do Ecad (lei 12.853), sancionada em agosto do ano passado, organizou a nova gestão de direitos autorais no País. Pelo texto sancionado, previa-se a entrada do governo federal na regulamentação e fiscalização do processo de arrecadação e distribuição de direitos autorais. O Ministério da Cultura (MinC) ficou incumbido de instituir uma “comissão permanente para aperfeiçoamento da gestão coletiva”.

É esse órgão de fiscalização que suscita debate: quais são as instituições que estarão representadas? Qual é o alcance da fiscalização? Qual será a nova composição da gestão do Ecad?

Sete meses após a sanção da lei, o escritório já mostrava reação, anunciando um aumento de arrecadação de 70% em direitos autorais. Atribui-se esse aumento a acordos fechados às pressas com inadimplentes – o motivo é que a lei determina a redução da taxa administrativa cobrada pelo escritório de 25% para 15% (garantindo que os autores recebam 85% de tudo o que for arrecadado pelo uso das obras artísticas). 

O órgão também questiona a nova legislação no Supremo Tribunal Federal (STF), apontando ingerência do poder público numa instituição privada.

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