Estagnada, oficiosa, acusada por jornalistas sérios de chapa-branquismo por transmitir discurso eleitoreiro do seu chefe-mantenedor, a TV Cultura resolveu jogar-se em outras searas. Lança, no próximo dia 19, no CCSP, a revista Mbaraka.
A publicação deve se dedicar à cobertura do "cenário da dança e da música clássica". A dança é o mesmo setor que será objeto de atenção do Teatro de Dança que o governo do Estado constrói, e também é a mesma área em que milita gente graúda do palácio.
Terá 234 páginas, será trimestral, impressa na Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, terá capa em papel couchê metalizado, com reserva de verniz e miolo em couche fosco 110, além de dois cadernos com papel pólen.
Além disso, a Fundação fez licitação para escolher duas empresas para diagramação, editoração, fotografia e infográficos. Escolheu na quarta-feira a Conexão Editorial e a Mare Magnum Artes Gráficas.
Nada disso é de graça, custa uma nota - que a atual gestão não informou publicamente quanto é. A TV Cultura está cheia da grana? (com a palavra, o recém-empossado novo diretor financeiro, Celso Tadeu de Azevedo Silveira, entronizado na função este mês por ordem direta do governador, para gerir com mão de ferro o cofrinho da fundação).
Sem contar que a revista pode vir a ser o embrião de um novo cabide de empregos do tucanato.
Curioso que os conselheiros da fundação não questionem isso. Já que a TV Cultura está tão combalida, não seria mais adequado investir primordialmente em sua atividade-fim?
Em tempo: Mbaraka é o nome, em guarani, de um tipo de chocalho utilizado pelos índios. Barulho à vista.
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