PiL

john lydon em são paulo, em 1987


















Boa notícia do reino pop.

John Lydon, ex-Johnny Rotten, anunciou hoje que vai reviver o PiL para uma série de shows.
A última vez que o PiL (ou Public Image Ltd.) tocou em público foi em 1992, lá se vão 17 anos.
Segundo o antigo frontman dos Sex Pistols, a idéia foi reunir a antiga banda para promover o aniversário de 30 anos do segundo álbum do grupo, Metal Box (1979).
A notícia está no NME.
Lydon é o único membro regular do grupo. Ele convocou o guitarrista Lu Edmonds (da banda Damned, que veio com o PiL ao Brasil em 1987), o baterrista Bruce Smith (ex-integrante do Slits) e o baixista Scott Firth (que trabalhou com John Martyn e Elvis Costello.
Sou fã do PiL. O show deles em 1987 no Anhembi foi um dos grandes shows de rock que já vi (na época, veio junto com eles John McGeogh, dos Banshees de Siouxsie).
“Anger is an energy”, berrava John, debaixo do concreto frio daquela margem do Tietê.

Fui a uma entrevista do PiL no Maksoud Plaza, na época. Nonsense total. John era inteligente e desafiador. Ele me arreganhou os dentes estragados e disse que era daquele jeito que os britânicos tratavam os irlandeses (anos depois, lançaria o livro No Irish, No Blacks, No Dogs). Eu retruquei.
“Você tem dinheiro. Por que não troca os dentes?”.
John: “Não tenho dinheiro. O que o faz pensar isso?”
“Bom, você está num hotel 5 estrelas e usa boas roupas...”
“Os promotores brasileiros é que pagam. Quando formos embora, cada um vai ganhar 500 libras, que vamos investir numa turnê em outro País. Quem vai fazer dinheiro com nossa vinda são os produtores”
Eu: “E o que você fez daquele dinheiro que tirou do Malcolm McLaren? (Lydon processou o antigo produtor dos Pistols)”
John: “Eu não tirei nada do Malcolm, ele que tirou da gente”
Eu: “Você disse que gostaria de ir tocar em Serra Pelada um dia quando viesse aqui. Por que não vai lá?”.
John: “Porque não há promotores que nos levem. Assisti a um programa na TV inglesa que mostrava o governo brasileiro dizendo que tava tudo certo lá. Como sei que não é verdade, quero ir ver o que acontece, como vive aquela gente. Mas me diga: quantas bandas brasileiras tocam em Serra Pelada?”
Xeque-mate.