A historiadora de arte italiana Viviana Pozzoli, doutoranda na Università degli Studi di Milano, escreveu artigo para a revista Arquiteturismo explicando a relação entre Lina e Milão. “Em Milão Lina viveu e trabalhou, fazendo ali seu próprio aprendizado profissional, adquirindo experiências e uma sensibilidade gráfica e arquitetônica que a acompanhariam durante todo o seu percurso de arquiteta”.
A artista diplomou-se em 1939 na Regia Scuola de Arquitetura de Milão. Em 1940, abriu na cidade seu primeiro estúdio, destruído por bombardeios em 1944.
A cidade de Milão também abrigara, em 1994, a mostra Lina Bo Bardi, que Viviana considera que abriu a visão da Europa para a importância da obra da arquiteta ítalo-brasileira. Para Viviana, Lina representa uma ponte entre dois mundos, por ter vivivo entre o velho e o novo mundo.
Segundo lembra a historiadora, Lina sempre fez questão de se definir brasileira, chegando a afirmar, em seu manifesto Curriculum letterario, que considerava o Brasil “meu país duas vezes, minha Pátria de Escolha”. Mais que isso: Lina mergulhou no Brasil profundo, nas estratégias construtivas e culturais de seu povo, e seu legado é um amálgama do saber nacional e do visionarismo vanguardista do pós-guerra.
Com a volta dos cavaletes expositivos de Lina ao Museu de Arte de São Paulo, essa semana, o debate artístico que ela iniciou volta ao centro das atenções da comunidade artística. Não é pouco para um final de ano tão raivoso.
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