terça-feira, 2 de junho de 2015
CAI CAI
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anda buscando entre os partidos da sua base um nome forte para a área da Cultura. Planeja substituir o atual secretário, Marcelo Mattos Araújo, ex-Pinacoteca do Estado de São Paulo, segundo informações que obtive de algumas fontes. Araújo não tem ligação partidária. Mas é como buscar água no deserto: o último secretário de Cultura que atendia a um partido da base foi o cineasta João Batista de Andrade, ligado ao PPS (João Sayad era da cota pessoal do ex-governador José Serra).
Marcelo Araújo foi reconduzido ao posto de secretário após a vitória de Alckmin nas últimas eleições, mas não é mais uma unanimidade no governo. Por dois motivos: primeiro, ele sempre demonstrou resistências em atender pedidos de parlamentares, que são muitos (o que é ótimo, esses pedidos nunca coincidem com os interesses da área cultural); segundo, ele não estaria gerindo com muitos sorrisos a atual fase de vacas magras da pasta - corte de quase R$ 13 milhões de custeio na secretaria.
Em abril, Araújo foi obrigado a fechar a Oficina Cultural Luiz Gonzaga, na Zona Leste, após 17 anos de funcionamento, por conta do corte de recursos da pasta. MAC, Museu Afro, Fundação Padre Anchieta (teve quase o total destinado a investimentos cortado), MIS, Pinacoteca, Biblioteca Mário de Andrade: todos estão sofrendo por conta do orçamento exíguo que o governador destinou à área.
Foram demitidos 72 funcionários nos museus e outros tantos em outros equipamentos. O MIS cortou 18 funcionários, a Pinacoteca cortou 29, a Escola de Música Tom Jobim demitiu 40 servidores.
Araújo estaria sendo pouco hábil em negociar com os funcionários e curadores. Houve manifestações na porta da secretaria, a última delas de alunos da Escola de Música. A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto teme ter de encerrar atividades por falta de salários.
No meio de tudo isso, ainda pairam dúvidas sobre a gestão de Araújo em alguns setores. Há alguns dias, a Assembleia Legislativa aprovou requerimento de informação para saber se dois executivos da Organização Social Poiesis, Clóvis Carvalho e Plinio Correia, receberiam outros salários além dos que a Poiesis lhes paga (R$ 26 mil para Carvalho e R$ 23,5 mil para Correia). A Poiesis é que faz a gestão das Oficinas Culturais e das Fábricas de Cultura.
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