segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
O MÉDICO E O MONSTRO
Um cientista cria, em seu laboratório num castelo, uma criatura com pedaços de pessoas e sangue de animais. Título: Frankenstein de Almodóvar.
Victor Frankenstein, no filme de Almodóvar, também vive sozinho com seu mordomo, que também é sua mãe, e com a criatura que idealiza. Gênio, esse cara.
No Frankenstein de Almodóvar, a conclusão é a mesma de Mary Shelley: apesar de tudo, o "monstro" teimará em manter a humanidade.
O Frankenstein de Almodóvar tira sarro das nossas convicções mais arraigadas, e dos preconceitos. Mas ele também tem o seu, contra a favela - o personagem Zeca, pilantra, assassino e estuprador, vem da favela, é claro. E o Carnaval, para completar o moralismo etnocêntrico, é o cenário perfeito para o nevoeiro da pilantragem e da traição.
Almodóvar homenageou Laranja Mecânica, de Kubrick, na cena do lenço na boca e o estupro da mulher que fazia yoga. Almodóvar foi longe demais.
Tenho por hábito ver os filmes só depois de muito tempo do hype, e nunca leio nada a respeito. Alguém disse por que esse A Pele que Habito, de Almodóvar, é genial? E por que não é? Poderiam me recomendar uma resenha bacana?
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