DOMINGO EM SÃO PAULO

tive a impressão que tava passando dentro de um clipe do tom waits.
ou na capa de um disco dos doors.
foi hoje à tarde, nana registrou com o celular da janela do carro em movimento.
não andamos saindo muito, tô tentando economizar energia - para que, não sei exatamente (nem o delfeayo marsalis eu fui ver, preguiça abissal).
teve um agravante, o fusca quebrou de novo, então foi uma semana de caroneiro.
tô querendo ficar o mais perto possível dos filhos, grudar neles, mas quando eu tenho tempo eles não têm, e vice-versa.

com vontade de retomar a leitura de ruído, do alex ross, mas achei ele muito envelhecido em suas últimas entrevistas já aqui no Brasil, contemporizador demais.
outro dia ele disse que já foi mais cruel nos textos de jornal, mas não faz mais isso porque acha que sempre há um lado bom nas coisas. polyannizou-se?
de qualquer modo, acho isso pouco relevante: o problema maior é sempre o de identificar a transgressão, e postar-se do lado dela. o resto é rotina.

o segundo problema, bastante relevante, não está no que se diz, mas no COMO se diz.
é um equívoco perene: o funcionário exemplar que acha que sua sentença de É BOM ou É RUIM é a coisa mais importante do mundo, e faz isso com um texto canhestro, argumentos binários, maniqueísmo, moralismo feudal.
há 25 anos eu vejo a mesma baboseira, e os fantasmas da opinião sendo empilhados.

há uma pilha de jornais franceses aqui para fazer uma triagem - não me lembro mais porque os guardei.
pelo menos acertei o ponto da canjica esta noite.