domingo, 19 de abril de 2009

CACHOEIRO, LIVERPOOL, PÈRE LACHAISE















nasceram em cachoeiro do itapemirim roberto carlos, jece valadão, luz del fuego, carlos imperial, rubem braga e sérgio sampaio.
procurei vestígios de sérgio sampaio por todo lugar.
um bêbado que sabia as letras de todas as músicas de sérgio sampaio que encontrei na praça jerônimo monteiro me disse:
"a embriaguez é o maior dom do homem no mundo! ela te protege de tudo que é feio".
insisti com ele e perguntei onde estavam os parentes do sérgio sampaio e ele me disse:
"tem o helinho sampaio, irmão dele. está por aí, você vai encontrar ele todo cagado, mijado e biruta. e ele vai te dizer: vai tomar no cu".
mas havia um tributo a sérgio sampaio naquela noite e eu conheci a reencarnação do poeta, o juliano gauche.
cantor de vitória, subiu nas mesas enquanto cantava velho bandido, sucesso de SS.
juliano gauche, se botar uma capa nele, pode virar também a reencarnação do torquato neto vampiro da capa do livro tropicália.
cantando sérgio sampaio na praça na terra natal de sérgio sampaio, para uma platéia que eu (ainda zonzo pela blitz que o santos aplicou no palmeiras) estimei em 200 malucos.
juliano disse à platéia:
"é como se estivesse em liverpool".
daí ele continuou:
"e hoje eu encontrei o túmulo dele depois de procurar muito, e fui lá e me deitei no túmulo dele, e foi como se estivesse no túmulo de jim morrison".
foi ele que mostrou onde estava o poeta.
eu fui lá hoje e fotografei.
sérgio sampaio foi um gênio brasileiro que morreu esquecido (um primo dele, joão, ficou um ano com seus ossos no armário esperando um lugar para enterrá-lo).
SS teria feito 62 anos na segunda-feira, dia 13.
ele amava roberto carlos (que fez 68 anos uma semana depois dele), e tentou infrutiferamente fazê-lo gravar alguma coisa sua.
quando viu que não daria pé, fez uma canção-desabafo para roberto.
ei-la:






MEU POBRE BLUES
(sérgio sampaio)



Meu amigo,
Um dia eu ouvi maravilhado
No radinho do meu vizinho
Seu rockzinho antigo
E foi como se alguma bomba
Houvesse explodido no ar
E todo o povo brasileiro
Nunca mais deixou de dançar
E desde aquele instante
Eu nunca mais parei de tentar
Mostrar meu blues pra você cantar

Foi inútil...
Eu juro que tentei compor
Uma canção de amor
Mas tudo pareceu tão fútil
E agora que esses detalhes
Já estão pequenos demais
E até o nosso calhambeque
Não te reconhece mais
Eu trouxe um novo blues
Com um cheiro de uns dez anos atrás
E penso ouvir você cantar

Mesmo que as mesmas portas
Estejam fechadas
Eu pretendo entrar
Mesmo que minha mulher
Depois de me escutar
Ainda insista
Que você não vai gostar

Mesmo que o gerente
O assistente ou o inteligente
Anda não me queira acreditar
Vou fingir que tudo isso não é nada
E que ainda algum dia, em plena praça
Eu posso te encontrar

Blues tão rico
Só que já não esconde
Que o meu pobre coração
Está ficando um tanto quanto aflito
Pois deve estar pintando o tempo
Em que você começa a gravar
No seu próximo disco
Eu queria tanto ouvi-lo cantar
Eu não preciso de sucesso
Eu só queria ouvi-lo cantar
Meu pobre blues, e nada mais...

É tão simples...

10 comentários:

Elizabeth disse...

http://vivababel.blogspot.com/2009/04/melodia-e-as-criancas-da-rocinha-cruel.html

Troncamaronca - João Moraes disse...

Pois é sou o tal primo do Sérgio que ficou com os ossos por 13 meses. Essahistória ainda vai ser contada em filme, podem esperar.
Escrevi e dirijo o espetáculo Tangos E Outras Delícias de Sergio Sampaio que JOTABE viu em Cachoeiro. Dia 14 de Maio vamos fazer um show e lançar um DVD de show ao vivo para marcar a data de 15 anos da Morte de SS. Vai ser em Vitória no Spirito Jazz. El pájaro comedor de Piedras está convidado.

vl disse...

Muito bom o texto e ressalva ao Sérgio, apesar de não achar que o Roberto deva (por ‘obrigação’ dos fãs/cidade) gravar alguma canção dele. E excelente o texto de cobertura que saiu no Estadão, principalmente aquela inspirada frase "Na noite de domingo, no entanto, Cachoeiro era o mundo inteiro". Ah... o Jece não era cachoeirense de nascimento, apesar de ter ido bebê para lá. Mas ele se considerava cachoeirense. =)
Abraços!
Ah, o Juliano, q vc já deve saber, tem uma banda excelente, o Solana (www.felizfeliz.com.br)

el pájaro que come piedra disse...

João, me passa teu telefone!
Estou escrevendo sobre Sergio Sampaio para o Estadão, sobre o mito que renasce continuamente e os 15 anos da morte dele. E queria teu depoimento!
O melhor da viagem a Cachoeiro foi aquela noite na praça. O som estava péssimo, como salientou o Julinho, mas mágica é mágica!
Grandes abraços!
E, Vitor, o importante da canção Meu pobre blues é justamente o sentimento dela, o velho sonho do SS de que RC o gravasse, e até o senso de humor de SS.
Bom toque sobre o Jece!

Unknown disse...

Pois é, meu bom comedor de pedras, queremos levar o show a sampa, e no Rio, na verdade isso já está em curso. O som lá em kaxu estava ruim porque o inferno existe e também seus tripulantes. Não pude mandar o técnico e eles disseram que providenciariam, mas...
meu mail é joaopatuleia@superig.com.br .

O material já seguiu, espero que goste do show gravado ao vivo no teatro Rubem Braga.

falemos pelo meu mail

abraço

João Moraes

Licia disse...

Sério Sampaio foi grande, pena que muitos não o conheceram. Mas é bom saber que imfluêncio gente como Zeca Baleiro....
Juliano Gauche é grande, excelente músico, excelente poeta. É muito bom ver o trabalho dele ser reconhecido.

Anônimo disse...

sou primo de sergio sampaio nilton moraes

Anônimo disse...

sou primo de sergio moraes sampaio eu nilton de souza moraes meu pai perycles de moraes tio de sergio sampaio irmão de dona maria de lurdes mãe de sergio sampaio meu pai foi maestro da marinha

Anônimo disse...

raul gonçalves sampaio pai de sergio sampaio maestro

Anônimo disse...

meu telefone,26340162,nilton moraes primo de sergio sampaio